6° DIA – ARICA - ATICO (VISÃO JULIANO)

O objetivo, hoje, era chegarmos em Nazca. Impossível. As fronteiras chilenas e peruana gastaram 1:55h do nosso tempo, em um dia que ganhamos 1 hora, devido à mudança de fuso horário. Mesmo sem qualquer fila, para sair do Chile, gastamos 35 minutos. Para entrarmos no Peru, uma sequência de carimbos e um preenchimento artesanal do CIT (documento de admissão termporária das motos) consumiu 1:20h, isto porque fomos os primeiros a ser atendidos, em cada um dos guichês da felicidade. Não dá para compreender a sequência de formalidades que são exigidas, principalmente quando se pensa  que quem se sujeita aos trâmites aduaneiros são apenas os cidadãos de bem. Quem vai contrabandear, entrar ilegalmente no país, dentre outras práticas ilícitas, não passa pelas fronteiras objeto de controle e fiscalização. 

Mas superado isto, entramos em um país com paisagens maravilhosas, inexploradas, com uma costa lindíssima e um interior deslumbrante, com vales e montanhas impressionantes. Foi um passeio fantástico por cenários que se alternavam em beleza de forma constante, a qual não cabe nas fotos que tiramos durante o dia.  

E para explicar a impossibilidade de chegarmos em Nazca de forma segura, ou seja, durante o dia, é preciso dizer que a Panamericana, nos trechos que seguem pela costa e nos vales, é muito sinuosa, forçando baixas velocidades por muito tempo. É muito difícil, com as fronteiras e com estes longos trechos de subidas e descidas em curvas, conseguir ir de Arica a Nazca sem rodar à noite.

Para completar, rodamos por quase 350 km, no sentido contrário, com os participantes do Dakar, que estavam em um dia de deslocamento, atraindo todos os populares para a beira da estrada, impedindo uma pilotagem segura em velocidades mais altas.

No balanço geral, foi um dia muito bom, mesmo sem chegar ao destino programado. Fora das estradas, é digno de comentário a evolução do Ruy no idioma espanhol, como ele mesmo notou. Para citar um exemplo, hoje um peruano me perguntou, durante o almoço, algo como "ruoda cuantos kilometros asta trocar el acieite"? Queria saber, não sei por que, com quantos quilômetros trocavamos o óleo do moto. Por conta do espanhol macarrônico do peruano, com sotaque diferente do chileno, com o qual convivemos nos últimos 3 dias, não entendi nada e pedi que ele repetisse. O senõr Ruy dispensou a repetição e prontamente traduziu a pergunta para mim como "Quantos quilometros para trocar o leite"? Intiende bien, mas habla ainda mejor. 

DADOS DA VIAGEM:

08/01/2013

Partida:  7:20h

Chegada:  20:20h

Distância: 650 km

Consumo médio: 16 km/l

Temperatura Mínima/Máxima: 18/33°C 

Postos de Combustível:  Encontrados a distâncias seguras. Aceitam US$;

 

Participante do Rally

Costa Peruana

Almoço da Esperança

Esperança, cozinheira do dia

Participante do Rally

Ruy preparando o "bote"