sexta-feira, 10 de maio de 2013

FIM (VISÃO JULIANO)

Rodamos quase 14.000 km em 26 dias. Descansamos 6. Muita gente me perguntou de que lugar mais gostamos, qual foi o lugar mais bonito que vimos, aonde eu voltaria novamente... Em uma viagem longa como esta, passando por cenários tão variados, uma infinidade de belezas naturais vem à cabeça. Mas nada que vi se compara às experiências que tivemos no rápido contato com muitas das pessoas que conhecemos nestes 32 dias. Conversar, ouvir, entender o que elas pensavam, e perceber que no final, por mais diferentes que sejamos, somos muito parecidos, foi a melhor parte da viagem. Tirando uns caras mais malucos, o desejo coletivo é bem próximo. E isto se traduziu na forma como fomos tratados, muito bem tratados, na maioria dos lugares pelos quais passamos. Claro que nossas motos atraíam as pessoas, aproximavam muita gente que tinha curiosidade em saber de onde éramos e para onde íamos. E todos se impressionavam. Mas mesmo sem a presença das motos, a hospitalidade e a maneira cordial como desconhecidos nos receberam foi marcante.     

A preparação da viagem, rápida mas indispensável, foi um tempo bem gasto. Em menos de 3 meses conheci gente que fez questão de transmitir conhecimentos dos mais variados, que foram utilíssimos em várias situações, e que não se limitaram ao roteiro, à bagagem ou às condições da estrada. Alguns conselhos precisei pedir durante a própria viagem. Ter conversado com o Zeca Deliberador, com o Robson Cury, o Acir Bueno, o Dolor Silva e com o Beto Madalosso, todos estradeiros de verdade, que já rodaram bem mais que nós, tornaram a viagem concreta antes mesmo dela ter começado, e isto foi muito importante pra tudo ter dado certo.

Pra concluir, achei que os EUA fossem mais perto. Não é. É bem longe. Mas vale a pena. Tudo o que passei e senti foi proveitoso. Mas ir até lá, ou até Prudhoe Bay, como já me disseram, não muda nada. A resposta, infelizmente, não está lá. Está em nós. Em cada um. Uns procuram, outros nem se importam.

As motos já estão chegando e informarei, em breve, como tudo saiu. O desembaraço aduaneiro vem sendo objeto de perguntas por muitos dos que já tiveram que mandar as motos de volta e sabem do drama que isto envolve. Farei uma última postagem assim que estiver com a moto na mão.  

     

3 comentários:

  1. Beleza Juliano.
    Excelente conclusão, sua visão da viagem é a mesma que eu tive, o melhor do que vivenciamos são as pessoas que conhecemos e interagimos.
    Já vi gente criticando os países que atravessaram, mas não acho isso legal, somos apenas expectadores do cotidiano dos outros, podemos até não gostar, mas temos que respeitar os costumes alheios.
    Minha viagem foi um pouco mais longa, foram 44.960 km em 88 dias, fui até os Estados Unidos, rodei 16.000 km por lá (em 26 estados) e voltei rodando, não me arrependo de nada, fico muito feliz por ter realizado um sonho.
    É um absurdo se passar mais de três meses da viagem de vcs e ainda estarem sem as motocas.
    Fico aguardando as notícias até a chegada das máquinas.
    Meu blog está bem desatualizado (não estou conseguindo tempo para continuar escrevendo), mas se quiserem ler um pouco...
    http://nelsonbad32.blogspot.com.br
    Abraços.

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  2. Beleza Juliano.
    E aeh, as motocas já chegaram? Como foi o desembaraço aduaneiro, tudo tranquilo? O documento que vcs fizeram na saída do Brasil valeu de alguma coisa?
    Aguardando notícias.
    Abraços.

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    1. Nelson, liberamos as motos 2 semanas atras. Ainda nao tive tempo de escrever a postagem sobre isto, mas em resumo, se não tivessemos feito a DSE (exportação temporária), estaríamos com um verdadeiro problema para resolver. A sessão interminável de burocracias do desembaraço teria sido brincadeira perto do que iríamos ter que enfrentar.

      Abraço,

      Juliano.

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